por Marcia Valéria David (Marcia David Poeta)

6.9.14

Duendes


Eles habitam minha casa.
Enganam minha vista.
Enfeitam o jardim onde plantei mudas de folhas carmim.
Doidivanas, tropeço nos seus pés. Nada colho.



2.9.14

Miserável?

E eu te amava tão gentilmente
Que me feriu a frase torta da tua triste insanidade.
O que era doce se acabou, sucumbiu,
perdido em álibis fúteis, gestos reticentes
e sentimentos frágeis, moribundos.
Antes de teres partido, queria ter amado ainda mais gentil, pueril..
Talvez tivesse evitado a porta se abrindo,
o vento seguindo, sacudindo
e derrubando folhas de outono num inverno bem frio.
Vi um eu sozinho. Querendo o sonho, querendo a vida.
E tua condição mais meiga foi a miserável promessa.
De nunca ser, nunca estar, nunca querer...
quem dera nunca mais voltar.
Me deixar livre.
Me deixar amar em outros jardins mais férteis,
mais floridos de cores e manhãs frescas, sem dores.
Eu que nem rimava,
agora peço notas de uma melodia calma,
bem luz, versos harmoniosos, um soneto de Camões.