por Marcia Valéria David (Marcia David Poeta)

3.4.17

Tempestade


a sangue frio
um arroubo, um arrebatamento
entrou aos tropeços
coração adentro

esbarrou em medos
tristes olhares
romantismos serenos

se apossou do sofá, da sala
da vasta mansidão do nada
ocupando tudo
preenchendo largos sorrisos bobos

dedilhando corda por corda
desse instrumento torto
cheio de notas dissonantes
compôs música, tocou pra mim
tocou em mim
e distante desejei ter além da melodia

A sangue frio
me veio como folhas na água
ventania espalhando brasa
ardendo, queimando
tirando o sossego

treinando a monotonia pra ser cor
cores, vasto, denso, tenso, leve

flor


Nenhum comentário: