por Marcia Valéria David (Marcia David Poeta)

17.11.12

Aniversário





Tenho a idade do vento, que sopra livre nos campos.
Tenho o tempo das quimeras.
Tudo que sonhei e criei conta para a primavera.
Cada ano, cada dia, cada pingo, de cada letra mofada, se renovam hoje.
Vou construindo castelos, subindo rampas a cavalo.
Galope juvenil.
Tenho a idade de quando acordei.
Olhei nos olhos de um monstro e venci.
Eu sou eu um pouco melhor, maior, de sempre e franca.
Assim me sinto viva, santa, mordaz.
Corrosiva, maledicente.
Tenho a idade que o amor me trouxe.
Suas dores e mazelas.
Me desejo tudo de bom. Nada de ruim.
Tudo o que sou deixa de ser.
Passa hoje a viver outra de mim.




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